Trote violento para quem?

Vim escrever esse post hoje totalmente fora do que espero para o blog, porém, precisava de um lugar onde eu expusesse as minhas opiniões sem ser censurada.

Ontem começaram as aulas na Universidade Estadual de Londrina e, junto com elas, as recepções de calouros, popularmente conhecidas como "Trote". Como em qualquer outra universidade, o mais comum são as atividades de corte de cabelos, tinta guache no rosto, plaquinha com o nome e voltinha pelo campus cantando o hino do curso. Normal, nada de obrigar os alunos a fazer algo, sem violência, muitas vezes com professores acompanhando de perto para ver se algo não sai do lugar.

O que me indignou é o tratamento que a imprensa local está dando ao tema aqui em Londrina. Por causa de um caso no ano passado de problemas com o trote (q foi noticiado até em rede nacional), todos os veteranos estão sendo acusados de aplicar trote violento! O cúmulo chegou quando li hoje em um jornal de grande circulação nacional hoje que a recepção dos alunos foi tranquila, porém, em um bar próximo à universidade, foi encontrado veteranos recepcionando calouros com corte de cabelo, cara pintada e bebida alcoólica. Hora, vamos combinar que bebida alcóolica quem estava bebendo sabia o que estava bebendo, além de que 90% no mínimo de estudantes universitários, sejam eles calouros ou não, gostam de beber e bebem mesmo. Inclusive aqueles cujos pais foram juntos no primeiro dia da universidade impedir o trote violento com os filhinhos deles. Esperem só a primeira festa universitária para ver o jeito que os seus filhinhos vão ficar por conta própria.

Quanto ao corte de cabelo, tinta, ovo, farinha, água, qual o problema disso? É comemoração do primeiro dia na universidade! Eu passei por isso e não vi nada demais. Inclusive, no meu trote, quando eu não quis mais participar, comuniquei aos meus veteranos e fiquei só assistindo. E ninguém reclamou. O que me deixa abismada é que corte de cabelo, tinta, ovo, farinha e água é a mesma combinação utilizada para a comemoração de passar no vestibular que os grandes cursinhos e colégios da cidade fazem. Mas aí ninguém fala nada, não é? É só comemoração, afinal, esses colégios e cursinhos PAGAM para ter a sua divulgação nos jornais.

Acho que temos de parar de ser hipócritas e, se considerarmos que é trote violento p os veteranos, será trote violento também para os cursinhos, afinal, são as mesmas práticas. Isso acaba passando uma imagem ruim dos universitários para a população geral, que não percebem que a imprensa os mostra o que a imprensa quer que eles enxerguem.

Desculpe, mas eu precisava desabafar.

P.S.: acabei de sair da faculdade e já vi trotes suficientes para dar a minha opinião.